Se a gente colocar esse termo nas pesquisas da internet, vamos achar uma infinidade de afirmações e muitas delas têm referência a palavra “união” que é uma das traduções em sânscrito.
Quando estamos nos familiarizando com a prática a palavra “união” parece um pouco ampla demais. E é. Num primeiro momento a gente mal se dá conta de quão ampla é essa definição e o tanto que nos atinge.
E você vai achar também que Yoga “é a união ou integração do corpo, mente e espírito” ou até mesmo “união do corpo, respiração e mente”. E é verdade. Quando você se observa com o corpo, a respiração e a mente em harmonia você tem uma visão clara sobre você e a vida.
Swami Sivananda costumava dizer que “Yoga é a união da mente, coração e das mãos”. Então aquilo que pensamos, sentimos, fazemos está em harmonia. Então pensar algo e falar algo totalmente diferente, você pode ver obviamente que isso não funciona muito bem, isso pode trazer desafios para nossas vidas e das pessoas com quem a gente convive. Então a expansão do que significa yoga vem dessa integração, de estarmos alinhados com nossa mente e ações.
Existe também uma forma mais mística de entender o que significa Yoga. “Yoga é a integração da alma do indivíduo com a alma suprema”. Quando o corpo, a mente e a respiração estão alinhados, nosso sistema energético vibra na mesma frequencia da vibração universal.
Também existem várias articulações do Yoga como um caminho. No texto Bhagavad Gita -datado de 1500a.C.- Krishna fala de diferentes caminhos para um estado de Yoga, um estado de harmonia e de paz, que é o nosso estado natural. Vamos falar sobre esses caminhos mais pra frente, por agora, procure perceber se as suas ações estão alinhadas com seu coração e sua mente.
Patanjali por voltar de 300 d.C. escreveu 296 aforismos que chamamos hoje de Yoga Sutras e logo no segundo sutra ele fala que “Yoga é o aquietamento das flutuações da consciência” ou “Yoga é a liberação de padrões ou hábitos gravados na consciência”. É interessante observar que as flutuações dos nossos pensamento podem ser mensuradas em um eletroencéfalograma. Beta são os pensamentos ativos, as flutuações rápidas. Já Alpha é um estado da mente mais calmo como quando respiramos profundamente ou praticamos relaxamento, como no final da nossa prática em uma postura de total entrega chamada savasana. Theta é um estado mais intuitivo, um estado entre estar dormindo e acordado, é um estado meditativo. Delta é um estado da mente que é muito estável como em sono profundo ou meditação profunda que talvez possa vir a ser o que Patanjali pretendia explicar com o aquietamento das flutuações da mente.
Muitas vezes a gente chega a pensar que o yoga é complicado, mas o yoga é uma ferramenta que nos permite usar nossa capacidade natural de nos harmonizar com a nossa verdadeira natureza, de reconhecer a verdade do universo. E Patanjali vai além, nos Yoga Sutras ele nos mostra quais são os elementos que nos levam a esse estado profundo de integração, de união e iluminação.
Espero que esse texto tenha contribuído para você perceber o quão vasto e acessível é o Yoga.
Namaste
